CAMPEONATO REGIONAL RALLYES-AÇORES

Três vitórias em três provas para os bi-campeões açorianos





Mais do mesmo na Ilha Azul...


 
Ricardo Moura e Sancho Eiró venceram com plena autoridade o Rali Ilha Azul, a terceira prova da temporada, lançando-se a dupla numa mais que certa revalidação do título açoriano – que será o terceiro –, e ao alcançarem o seu terceiro triunfo consecutivo da temporada, curiosamente também o terceiro na prova faialense, onde se estrearam no mais alto lugar do pódio em 2008.
Moura andou o que precisava, até porque Gustavo Louro – o único que lhe poderia fazer frente nos rápidos troços escalados pelo Clube Automóvel do Faial – desistiu logo na primeira classificativa de estrada -, sendo que o homem do Team Além Mar não deixou por isso de estabelecer os melhores tempos em cada um dos troços da prova, melhorando mesmo visivelmente nas segundas passagens.
Aliás o bi-campeão deu logo o mote na super-especial da Praia do Almoxarife, estabelecendo o melhor tempo e fazendo logo crer que ia impor um ritmo alucinante, o que nem seria, de todo, necessário nas restantes oito tiradas do rali. A diferença de 2 minutos e 15 segundos para o segundo classificado no final espelha bem a supremacia exercida pelo conjunto do Lancer EVO9, assim como o enorme fosso que separa Moura da restante concorrência.
Com Louro a braços face a um arreliador problema eléctrico, que “calou” simplesmente o motor do Impreza N12 aos dois quilómetros da 2ª PE, as verdadeiras lutas passaram a travar-se pelos lugares seguintes à vitória, posição onde Pedro Vale esteve novamente em grande forma, conseguindo levar a melhor sobre Sérgio Silva - por 10,9 segundos -, isto apesar do piloto do Subaru até ter sido mais vezes o segundo nos troços, reaproximando-se de Vale nos últimos troços, e forçando um final mais rápido para o Lancer ex-Horácio Franco.
Um problema com um diferencial atrasou Silva de forma intermitente, mas está mais do que visto que – sem chegar aos triunfos – esta é a dupla de pilotos mais consistente do extenso “segundo” pelotão, numa prova concreta das valias obtidas na “escola” da Formula 3.
Autor de uma prova de grande nível foi Paulo Rego, que conseguiu ser um tranquilo quarto da geral – tendo mesmo andado pelo pódio ao final da manhã, e obtendo uma vantagem substancial para Rui Torres, o veterano piloto que fez um rali em crescendo, melhorando claramente o seu ritmo com o desenrolar do certame. José Paula ficou a apenas 5,5 segundos de Torres e do quinto lugar, uma posição que ocupou durante boa parte da prova. Foi uma boa actuação para o homem do Pico, que bateu Ricardo Carmo, mesmo se o terceirense ainda o pressionou na ponta final. Uma entrada em cena demasiado cautelosa e uma caixa de velocidades de série montada no EVO9 branco não terão permitido a Carmo um resultado melhor.
Menos feliz ainda esteve Luís Miguel Rego, que embora inexperiente na prova faialense, teve ainda de suplantar um incómodo problema que “acelerava” o EVO ex-Peres, pelo que o jovem piloto apenas conseguiu suplantar o faialense João Borges no tocante aos 4X4. Borges é aliás merecedor de elogios, já que apenas um furo na segunda de Jaime Melo/Ribeira manchou uma actuação muito positiva, até porque o seu conterrâneo Paulo Nóbrega esteve infeliz desistindo muito cedo, o que o deixou sem pressões como o melhor da casa.

 
A revelação do rali na Formula 3!

 
A fechar o Top-10 esteve o vencedor da Formula 3, uma categoria onde se adivinhava a natural luta entre o campeão Carlos Costa e o rápido Paulo Maciel. As apostas sairiam furadas, pois afinal foi Ruben Rodrigues – a disputar o quinto rali da sua carreira – que suplantou toda a concorrência, vencendo com algum à vontade, isto face ao abandono de Costa, que nunca liderou, e a uma tarde menos inspirada do Saxo de Maciel, que se estreava no Faial, e que acabou por pensar mesmo no campeonato, afinal Rodrigues não lhe roubava pontos e a colheita no canal dá-lhe agora a liderança regional da categoria. Mas o facto é que Rodrigues mostrou dotes e pode ser um caso a seguir nas próximas provas. Assim se deseja. Henrique Moniz ficou com o terceiro lugar entre os homens das duas rodas motrizes, à frente do local Nuno Oliveira, que levaria o pequeno Yaris ao triunfo na classe 5. Destaque ainda para a boa prova de Bruno Amaral, que sofreu um furo numa altura em que estava a poucos segundos de Henrique Moniz.


Na F2 só deu Faria…

Numa classe sem chama, e onde as ausências de conjuntos mais fortes deixam um vencedor antecipado com essa pesada responsabilidade, a verdade é que João Faria continua a ser a presença saudada em todas as provas, sendo que a isso o homem de Rabo de Peixe junta actuações com o ritmo habitual, imiscuindo-se mesmo em lutas com o segundo grupo da F3, mas sempre muito adiante dos seus “colegas” na categoria. No Faial foi novamente assim, com nova vitória para o Peugeot 206 RC, que deixou os irmãos Romeiro a quase nove minutos, o que é sintomático da sua superioridade.



VSH: A primeira para Paulo Costa

A história da prova dos não-homologados é relativamente simples de contar, pois se o campeão em título Milton Resendes venceu a super-especial de sexta-feira, foi Bruno Tavares a ganhar as quatro classificativas seguintes, garantindo um avanço de 59,7 segundos sobre o Subaru do local Paulo Costa, que à 6ªPE viu o líder da tabela parar por avaria – o que aconteceu pela segunda vez este ano ao homem do 205 GTI -, assumindo naturalmente o comando, e já com largo avanço sobre o Peugeot de Resendes, numa diferença que iria ultrapassar os quatro minutos na chegada ao pódio final. Na terceira posição ficou Henrique Ponte, também em Peugeot, numa categoria que perdeu cinco dos seus contendores durante as nove classificativas.



NUNO DINIS
FONTE: Anita e Miguel Azevedo - Fórmula Rali
Açores

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