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Estamos a poucos dias da participação histórica da FONTESPORT no Ralie de Portugal.
Em 1979, peguei no meu irmão ZÉ CARLOS e arranjei boleia com o Delfim Ferreira e o Fonseca, homens já adultos aficionados pela competição automóvel, especialmente pelos Ralies que, na altura, invadiam a zona de Arganil e Lousã. Eu tinha 18 anos e o Zé era dez anos mais novo.
Passámos a noite no meio da classificativa da Lousã, suponho que junto da Casa do Guarda. Bebemos, comemos e dormimos a aguardar a passagem dos heróis nacionais e estrangeiros que excitavam os milhares de pessoas com os gritos violentos de potentes motores que só ouvíamos uma vez por ano.
Sonhávamos um dia, cada um de nós poder vir a participar de alguma forma num evento destes, do lado de dentro.
De lá para cá muitos anos passaram e muitas alterações surgiram. Já tínhamos passado a fase (eu e o meu irmão) de simularmos carros de fórmula 1, dentro de caixotes de papelão, em frente do televisor a seguir as transmissões do campeonato do mundo de fórmula 1. Passámos outras fases: eu a andar a seguir o meu irmão nas participações que teve, como navegador, nos campeonatos nacionais de iniciados e no Ralie Vinho do Porto/Portugal; o meu irmão comigo a navegador a disputar um ou outro Ralie Pirata, não legal, como hoje se diz; os dois, a partir de certa altura, sempre os dois, a disputar o OPEN, o Campeonato regional do centro da FPAK e finalmente o Troféu Regional do Centro da SICO ECO; pelo caminho ainda ficam recordações da participação do meu irmão no campeonato nacional de perícias e da nossa participação nos campeonatos de Kartcross onde um acontecimento menos feliz fez com que se perdesse um péssimo condutor e se ganhasse um mediano navegador, que sou eu.
Daqui a dias concretiza-se um sonho: entrar no Ralie de Portugal. Fazer parte como participante, ter número, cartão, identificação, estar no parque de assistência, arrancar sob a contagem dos mesmos controladores que fazem a contagem para o Ogier, estar por dentro. E muitos podem pensar que se trata de provincialismo ou pretensiosismo. Não, não é. Felizmente temos uma vida preenchida de coisas boas e não é isto que representa toda a nossa vida. É apenas um sonho, uma meta, agora atingida.
Mas a esses quantos respondo como o Tiago Monteiro uma vez respondeu a um jornalista que o questionava se andar sempre em último não o incomodava. O Tiago, na sua juventude irrequieta mas assente no chão disse: Já pensou que existem menos pilotos de fórmula 1 do que astronautas?
Eu digo: no meu círculo de amigos e nos círculos dos amigos dos meus amigos existem poucas pessoas que conheçam, alguém que participou como concorrente no Ralie de Portugal.
O resto é conversa…
Aqui vamos nós Ralie de Portugal.
Rui Fontes

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