A Velocidade Nacional esteve este fim de semana no Autódromo Internacional do Algarve, com um programa bastante completo, que incluía o CNV, CNCC, SUPER 7 BY KIA, Abarth 500 e Challenge Desafio Único, ao que se juntou a Blancpain Sprint Series, garantindo uma animada “rentrée” da velocidade nacional na pista algarvia.
Depois da jornada de sábado, em que já se disputaram quatro corridas – CNV, Abarth 500, Super 7 by KIa e Challenge Desafio Único, este Domingo o programa prosseguiu com as segundas corridas destas categorias, e ainda as competições do LCC e do CNCC, cada uma com duas corridas.
Com a temperatura a subir ligeiramente, mas sempre sob ameaça de chuva, soube-se logo de manhã que a classificação da corrida de sábado da Challenge Desafio Único tinha a classificação suspensa até decisão dos Comissários Desportivos, sendo que os problemas foram resolvidos pelas 14h, não alterando os vencedores, mas mudando os restantes lugares do pódio. Assim, no FEUP Joaquim Soares e António Barros subiram para segundo, com Tiago e Hugo Mesquita a entrarem também na tribuna dos vencedores.
No FEUP 2 a dupla André Martins/José Monteiro subiu para segundo, por troca com Bernardo Maia e Gonçalves Rodrigues. Na primeira do dia Luis Barros, não facilitou e venceu a primeira corrida dos Legend Classic Cup, a que se seguiu a segunda corrida dos Abarth, dominada da primeira à última volta por Francisco Carvalho, que cortou a meta com mais de 11 segundos de vantagem sobre o segundo classificado. Antes da interrupção grande nas corridas nacionais, condicionada pelas Blancpain Sprint Series, disputaram-se a primeira corrida do Campeonato Nacional de Clássicos Circuitos, que teve como vencedor absoluto – e na classe de mais de 1300 cc João Macedo e Silva e na classe até 1300, José Fafiães, as terceira e quarta mangas dos Super 7 by KIA, ganhas por Nuno Santos e Luís Lisboa e a prova de encerramento dos LCC por Luís Barros .
Os CNCC voltaram à pista já depois das 16h, com João Macedo e Silva a repetir vitória e Vítor Araújo a ganhar nos 1300, seguidos da segunda e animada prova da Challenge Desafio Único, com a FEUP 2ª ser ganha por Tiago Vilela/Hugo Negrais e a FEUP 3 a ter a dupla Davis e Sérgio Saraiva como vencedor, encerrando o programa, uma corrida de CNV, que Stefano e Nicola de Val venceram.
Dupla jornada interessante, com os Super 7 by KIA a destacarem-se em termos de competitividade, esperando-se que tudo continue igualmente interessante já no próximo encontro, a jornada de encerramento dos Campeonatos e de alguns Troféus, marcada para o Circuito Estoril, nos dias 4 e 5 de Outubro.
CAMPEONATO NACIONAL DE VELOCIDADE
O programa do fim-de-semana terminou com uma animada corrida do CNV. No momento da largada, Nicola de Val fez valer a pole position, mas ainda na primeira volta Pedro Salvador assumia o comando, enquanto Miguel Barbosa partia mal e caía de segundo para quinto. A corrida esteve estável até ao momento das trocas de pilotos. Carlos Vieira regressou na frente, mas a equipa cometeu um erro na paragem, parou menos 0,4s do que o obrigatório, o que o fez cair para terceiro.
Na frente ficavam os gémeos de Val, mas José Pedro Fontes volta a volta ia encurtando a diferença, graças a um ritmo fortíssimo, que lhe permitiu fazer a melhor volta da corrida na penúltima passagem pela linha de meta. No final, os dois primeiros cortaram a meta colados, dando a ideia que mais uma volta e o vencedor seria outro. “Não foi fácil. A caixa não estava a cem por cento, pelo que tinhamos de usar a manual, o que nos faz sempre perder algum tempo. Se a corrida tivesse mais uma volta não sei se teriamos conseguido vencer, mas estamos muito contentes com mais esta vitória”, disseram os gémeos Stefano e Nicola de Val.
CAMPEONATO NACIONAL DE CLÁSSICOS CIRCUITOS
A primeira corrida do Campeonato Nacional de Clássicos de Circuito foi dominada por João Macedo e Silva, que acabou por vencer, uma prova encurtada devido ao derramamento de óleo na curva 1. Essa situação levou primeiro à entrada do safety car e depois à interrupção da corrida, momento que criou alguma dúvida quanto ao vencedor, pois Rui Costa acabou por ser o primeiro na meta, mas tinha ultrapassado Macedo e Silva já em situação de safety car, o que fez com que o piloto do Escort RS 1600 sofresse uma penalização de 30 segundos. Kiko Mora encerrou a tribuna dos vencedores. “Correu bem. O início foi tranquilo, estive sempre a controlar a distância para o Rui Costa. Na parte final apanhei óleo no final da recta, algo que penso que também se passou com alguns adversários, sai ligeiramente de pista, mas acabei por conseguir vencer”, resumiu Macedo e Silva.
Entretanto nos Clássicos 1300 Vítor Araújo começou por dominar, mas um problema de caixa de velocidades acabou por atrasar o piloto do Datsun 1200, que viria a terminar apenas em terceiro. Assim, José Fafiães acabou por vencer na frente de Pedro Miguel Gaspar. “Estava numa luta com um BMW que me fez perder algum tempo, mas que ao mesmo tempo tornou a corrida mais interessante. A minha aposta passa muito pela fiabilidade do carro e a vitória acabou por ser fruto disso, embora não estivesse a contar com ela”, disse o vencedor.
A segunda corrida foi muito animada até ao momento em que Rui Costa teve problemas. Até esse momento o piloto do Escort e Macedo e Silva trocaram várias vezes de posição, enquanto mais para trás Kiko Mora vinha em recuperação depois de ter partido da boxe. No final João Macedo e Silva acabou por ganhar com grande à vontade, enquanto na última volta Mora passou Costa, com este a tentar de todas as formas trazer o carro até ao final. “Foi divertido no início. Eu passava o Rui (Costa) passava e estava a ser uma batalha gira. Depois ele teve problemas e foi só gerir. Deu até para baixar um pouco o ritmo, porque é preciso poupar a mecânica”, explicou o piloto do Porsche 911 RSR.
Desta vez Vítor Araújo ganhou mesmo entre os 1300, mas não se livrou de um susto. “Pensei que ia perder outra vez. A caixa de velocidades voltou a encravar, só que desta vez em ponto morto. O carro foi abaixo e felizmente quando pegou voltei a conseguir engrenar mudanças”, esclareceu o homem do Datsun 1200. Pedro Miguel Gaspar e Arnaldo Marques ficaram com os restantes lugares do pódio.
SUPER 7 BY KIA
Se ontem as corridas do Super 7 by KIA foram emocionantes, hoje o cenário foi igual e elevado a um patamar difícil de igualar. A segunda manga do dia foi resolvida por 0,001s a favor de Luís Lisboa. Mas comecemos pelo princípio. Largando da pole position Nuno Santos começou por dominar a primeira manga e parecia que tinha a corrida controlada, só que o aparecimento de alguma chuva acabou por baralhar as contas do líder, que acabou por ver a concorrência aproximar-se, com Gonçalo Lobo do Vale a terminar em segundo e Hugo Araújo em terceiro.
A segunda corrida voltou a ser espectacular. Lobo do Vale dominou a parte inicial da corrida, mas na entrada da volta caíu para terceiro, numa altura em que o líder era Hugo Araújo, que viria a terminar apenas em quinto. Lobo do Vale regressou ao comando e entrou na recta da meta na frente, mas em cima da linha perdeu a vitória para Luís Lisboa por 0,001s. No entanto, para consolo de Lobo do Vale, os dois segundos lugares deram-lhe a vitória no dia. “Foi bom. Apesar de não ter ganho nenhuma das corridas, acabei por vencer no final. Esta segunda corrida foi incrível, foi a chegada mais renhida de sempre”, disse Lobo do Vale.
LEGENDS CLASSIC CUP
Como era esperado a primeira corrida dos LCC teve pouca história. Luís Barros desde os primeiros metros fez valer toda a supremacia do Ford Sierra RS 500 e controlou a corrida como quis. Luís Silva fechou no segundo posto, depois de por momentos ter travado uma interessante batalha com Luís Filipe Sousa que viria a ser desclassificado por não ter cumprido uma penalização de “drive through”. Assim, Rui Costa com o Toyota Carina E acabou por fechar o pódio. “Foi tranquilo. Controlei sempre o ritmo para não forçar o material, uma vez que tal não era preciso. A pista apesar de húmida já tinha as linhas de trajectória secas devido ao treino do Blancpain, por isso correu tudo sem problemas”, referiu Barros.
Na segunda a história repetiu-se, com Luís Barros a aproveitar mesmo para fazer da prova quase uma sessão de testes ao Sierra RS 500. “Mudámos as molas e os amortecedores de trás e o carro ficou muito melhor. Foi pena não termos o raport mais longo da caixa, porque acredito que as melhorias nos tempos seriam ainda mais notórias”, explicou. João Carlos Novo noutro Ford Sierra RS 500 herdou o segundo lugar na penúltima volta, depois de o BMW de Luís Silva ter começado a ter problemas ao nível da bomba de gasolina. Ainda assim, o piloto conseguiu fechar o pódio.
TROFÉU ABARTH 500
Francisco Carvalho confirmou o domínio esperado na segunda corrida do Troféu Abarth 500, controlando a corrida da primeira à última volta. O piloto da Guarda fez um bom arranque e de imediato se afastou da concorrência, tendo construído uma vantagem que se foi dilatando ao longo da corrida, para no final se cifrar nos 11,479s sobre José Carlos Pires, também ele autor de uma corrida tranquila no segundo posto. “Arranquei bem e fui-me embora”, começou por explica Francisco Carvalho. “Vi que estava mais rápido e depois foi lutar contra mim para não perder a concentração. A pista pelo menos para mim estava seca e fiz uma corrida sem cometer qualquer erro”, resumiu.
Se para os dois primeiros não houve discussão, animada foi a batalha pelo terceiro posto.
Nuno Cardoso, o vencedor de ontem, falhou o arranque e caiu de segundo para sexto, envolvendo-se depois numa batalha que acabaria mal para o seu lado, um toque danificou o Abarth 500 e o campeão em título não foi além do oitavo lugar. José Rodrigues acabou por levar a melhor na guerra que envolveu ainda Francisco Rodrigues, Rui Santos e Nuno Pontes, ficando com o degrau mais baixo do pódio.
CHALLENGE DESAFIO ÚNICO
Se a corrida de ontem foi pródiga em motivos de interesse, a jornada de hoje do Challenge Desafio único foi mais morna, sobretudo no que diz respeito à luta pela vitória. Na FEUP 3, David Saraiva largou da frente e de imediato começou a ganhar vantagem para a concorrência e no momento da troca de piloto era já superior a 10 segundos. Na segunda metade da corrida Sérgio Saraiva teve apenas de gerir, permitindo à equipa sair do Algarve com duas vitórias este fim-de-semana. “Hoje foi a corrida perfeita. Arranque bem e tive apenas de controlar os adversários nas primeiras duas curvas. A partir daí fui aumentando a vantagem e gerir até à troca de pilotos”, disse David Saraiva.
O momento da troca foi aproveitado pela equipa para verificar se tudo estava bem com o carro e por isso quando Sérgio Saraiva entrou a diferença tinha caído para cerca de três segundos. “Quando entrei eles estavam mais perto, mas depois fui aumentando a vantagem outra vez, o que até permitiu fazer cerca de metade da corrida com a ventoinha ligada”, afirmou por seu lado Sérgio Saraiva. Os restantes lugares do pódio ficaram para Mário Moreira/Gilberto Brito e José João Magalhães/Paulo Rodrigues, que aproveitaram alguns problemas na parte final de Joaquim Soares/António Barros que terminaram apenas em quarto.
Já nos FEUP 2 Tiago Vilela e Hugo Negrais vingaram o azar de ontem, em que foram colocados fora logo na primeira volta, com uma vitória incontestada tal o domínio que exerceram de princípio a fim. “Não foi bem uma vingança, mas foi o corolário do trabalho que fizemos ao longo do fim-de-semana. Pena foi o acidente de ontem”, resumiu Hugo Negrais, enquanto Tiago Vilela deu os parabéns “a toda a equipa pelo fantástico trabalho realizado ao longo do fim-de-semana e de ontem para hoje, conseguindo colocar o carro em condições de ganharmos a corrida hoje”. Mais interessante foi a luta pelas restantes posições do pódio, com Manuel e Vasco Barros a ficarem com o segundo lugar, deixando a terceira posição para André Pinto e João Brites.
PROGRAMA COMPLETO E INTERESSANTE MARCOU A “RENTRÉE” DA VELOCIDADE NO CIRCUITO ALGARVIO
Sem comentários:
Enviar um comentário