ENTREVISTA




Domingos Sousa Coutinho (líder dos H71 no CPCC e Taça ANPAC) em entrevista




“A minha aposta é na continuação dos bons resultados”



A escassos dias de iniciar a segunda e decisiva fase do Campeonato de Portugal de Clássicos de Circuitos, Domingos Sousa Coutinho garante que as próximas provas serão cruciais. Líder destacado dos H71 no CPCC e na Taça ANPAC de Clássicos, assume serem os títulos nestas duas competições o seu objectivo para 2011.
Dois meses depois da última – e frustrante – prova, o Circuito da Boavista, onde as coisas não correram conforme o esperado, Domingos Sousa Coutinho está de volta ao volante do BMW 2800 CS preparado pela Brandini Racing. A próxima etapa será a jornada do Circuito do Algarve 2, no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), nos arredores de Portimão. Mas, até lá, faz um balanço do que se passou na primeira parte do campeonato.

“Estou na frente dos Históricos 71, tanto no CPCC, como na Taça ANPAC. Por isso, as coisas, aqui, estão a correr conforme tinha previsto. Infelizmente, o mesmo não sucedeu com a Taça de Portugal [Nota: abandonou em ambas as corridas, após um acidente, na primeira, ter provocado problemas de gestão electrónica no BMW], mas essas são águas passadas. E, agora, é tempo de pensar no futuro.”

Antes disso, contudo, explica a razão de estar onde está. Ou seja, como líder absoluto entre os H71, em especial no CPCC:

“As minhas possibilidades aumentaram muito a partir do momento em que o Pedro Fins decidiu não participar. Mas isso não quer dizer que a minha vida tenha ficado fácil, pois encontrei um excelente conjunto de adversários muito competitivos, entre os quais se encontram o Francisco Pinto e o Sérgio Soares. É certo que eles conheceram alguns problemas mecânicos, algo que eu, felizmente, não tive. E isso foi bom para as minhas aspirações.”

No BMW 2800 CS, Domingos Sousa Coutinho encontrou este ano um argumento de eleição, fiável e mais competitivo, conforme explica:

“O BMW 2800 CS foi evoluído em termos de preparação e está francamente melhor do que nas outras temporadas. Está mais potente, mais fiável e mais consistente. Na verdade, este ano não foi só a decoração que mudou no BMW! O seu grande problema era o aproveitamento do motor a baixos regimes. Resolvemos o assunto através da adopção de carburadores de 48”, em vez dos de 45”, que trazia de origem. Por outro lado, a minha equipa de mecânicos tem sido inexcedível na preparação do carro e na sua manutenção, nomeadamente através da implementação dos diagnósticos de tudo o que é necessário, antes de cada prova, que permitiram uma maior consistência ao carro. É que, tenho a certeza, sem uma boa equipa de mecânicos por trás, não se conseguem bons resultados – e eu, felizmente, tenho a sorte de ter comigo essa equipa!”

No entanto, Domingos Sousa Coutinho sabe que poderia desenvolver ainda mais o BMW 2800 CS:
“O meu é o carro mais pesado do campeonato, com os seus 1.230 quilos. Tenho consciência de que o poderia melhorar significativamente, nomeadamente em termos de potência. Neste momento, tem apenas 260 cv e há registos históricos de que poderia atingir os 320 cv – o que, nesse caso, me permitiria lutar pelas vitórias à geral.”

Mas, para isso ser possível, necessitaria de um maior investimento:

“O meu carro veio de Angola. Era um carro de série e foi preparado para competição, de forma bastante limitada, pelo João Paulo Matos. Essa preparação incluía o ‘roll-bar’ e carburadores Weber de 45” – mais nada! Veio assim para as minhas mãos e, desde então, a pouco e pouco, tenho feito algumas evoluções, as principais para esta temporada. Aliás, devo confessar que, no primeiro ano com que corri com ele [Nota: 2005], era um carro com suspensões de origem e travões de tambor atrás. Os apoios de casquilho eram de borracha… e ressequidos! Este tem sido um investimento “à la longue”. Não posso, contudo, fazer agora mais, por questões orçamentais. Felizmente que tenho do meu lado, há muito tempo, patrocinadores que percebem as minhas dificuldades e, também, as minhas qualidades de piloto. E que um investimento deste tipo tem que ser sempre feito a prazo. Este ano, finalmente, estou a tirar partido desse investimento. A minha aposta, nas próximas provas, é na continuação dos bons resultados que tenho conquistado até aqui, tanto no CPCC, com o na Taça ANPAC.”




NUNO DINIS

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